As atualizações, neste blog, têm sido quase nulas porque a motivação anda baixíssima e a saúde não ajuda. O nosso bem-estar tem sofrido com uma austeridade asfixiante, que uns dizem ter sido imposta pela “Troika” e outros pelo governo nacional, a culpa morreu sozinha. Não há dia nenhum que não sejamos alvejados com mais uma medida severa que eu tenho evitado abordar, mas, as últimas, fizeram-me sentir que calar-me, poupando quem me lê estaria a poupar, também, quem eu culpabilizo da situação a que todos chegámos.
Nós, o povo, não governámos este país durante estes trinta e tal anos, trabalhámos, produzimos, esforçámo-nos, cumprimos. A única responsabilidade que temos, na crise, foi a de termos votado em maus gestores, não queiram, agora, que deixemos de ter necessidades básicas para que o fruto do nosso trabalho seja todo dirigido para uma divida, gigantesca, enquanto, eles, continuam a aumentar as suas necessidades supérfluas.
Trabalhadores, para mim, são os que ganham vencimentos reduzidos, porque os outros, os que recebem milhares mensais têm outro nome qualquer. Os desempregados, imensos, continuarão a subir e irão vivendo de esmolas, felizmente somos solidários, consumindo antidepressivos que os afundarão ainda mais. Estas substâncias não dissolvem nem ajudam a resolver nenhum problema, ajudaria sim um governo mais exacto e responsável nas decisões que toma. Para conseguirmos esse governo, tão desejado, haveria que puni-lo cada vez que ele cometesse um erro, seja ele económico, judicial ou a nível ético.
Ele pretende acabar com os funcionários públicos, doentes, velhos e trabalhadores, públicos e privados, que declaram o que recebem. Muitos há que não confessam os seus rendimentos e, por mais que nos custe, são esses que têm feito a diferença no crescimento da economia. Os outros, os que contribuem, já estão tão espremidos que deixaram de consumir e, alguns há, que já nem para as despesas obrigatórias, água, luz e gás, têm dinheiro.
Bagão Félix disse que “As medidas de austeridade anunciadas para o Orçamento para 2013 correspondem a um "sismo fiscal de magnitude oito com efeitos destruidores sobre a economia".
Já muitos levantaram a voz para deixar alertas ao governo mas, em vão. Ele entrou por um caminho tão estreito que não consegue dar a volta mas, o pior é que, no fim, há um abismo no qual Portugal cairá. Após a queda não haverá maneira de conseguir iça-lo. Terá ele alguma noção de patriotismo?
Quem quer produzir, trabalhar quando sabe que o resultado do mesmo irá para o estado, um estado gastador, sem medidas, que absorve mais que o produto do P.I.B., que chupa todo o dinheiro que rouba aos trabalhadores? Um estado que não cumpre o que contratou com os seus empregados, os seus reformados, que muda regras diariamente, sem consciência nem sentido de palavra e dever, como se estivesse a lidar com objectos, seres sem vida própria, sem compromissos. Todos nós temos um futuro, curto ou não, quee para vivermos, razoavelmente, teremos que o planear hoje. Pensámos no futuro e, por isso, aceitámos o trabalho que temos segundo determinadas condições, escritas, segundo um valor decidido, escrito, que nos permitiria viver dentro de parâmetros constituídos e que cumprimos. Quem estaria disposto a aceitar um trabalho cuja retribuição, em vez de subir, desceria constantemente, cujos direitos oscilassem quase diariamente, dependendo da vontade do patrão, ao ponto de serem inexistentes? Ninguém. Eu também não. Que consequências terá esse empregador após a violação, sucessivamente, de um contrato assinado? Ele está ou não a lesar o trabalhador? É ou não um malfeitor e criminoso? Deve ou não ser punido judicialmente? Há ou não gente acima da lei?
As novas tabelas de IRS são um exemplo da equidade que existe neste país. Ao terem sido reduzidos os escalões serão penalizados os que tiverem menores rendimentos. Quem ganha menos paga o mesmo que aquele que ganha quase 3 vezes mais (veja-se o exemplo do segundo escalão no qual são pagos 28,5% pelos que tiverem rendimentos anuais de 7 000 euros e pelos que tiverem 20 000). Que equidade é esta? Que igualdade existe aqui?
É a classe média baixa que mais impostos paga, que não tem direito a ajudas, nem governamentais nem de instituições de solidariedade social, é considerada rica, que não pode adoecer, assaltam-lhe logo o vencimento quer por ter metido atestado quer por ter que pagar consultas e medicamentos, cada vez menos comparticipados, do próprio bolso.
A conclusão a que chego é que estamos perante uma forma camuflada de Nazismo, há diferença apenas no género humano seleccionado para abater e na forma. Não é necessário ser Judeu, basta ser trabalhador ou ex-trabalhador e ter baixos rendimentos. Dispensam-se câmaras de gás, morremos lentamente enquanto nos vão sugando o sangue. O governo é discriminador, injusto e parcial.
O significado das palavras também se alterou, por isso deixámos de saber interpretar o que o governo verbaliza e nem nos informaram em que dicionário os mesmos se encontram. Palavras como equidade, igualdade, imparcialidade, justiça, entre outras, deixaram de ter conteúdo. O governo é enganador.
O governo não tem só aumentado a receita, como se diz à boca cheia, tem diminuído a despesa. Sim porque ao insistir em aumentar a percentagem de descontos que faz aos funcionários públicos e reformados está a diminuir a despesa mas, pena é que não se lembre de diminuir os seus gastos supérfluos, desnecessários e inúteis. Pode começar por diminuir os salários dos ministros, secretários, motoristas e assessores, gente a mais para desastrosos resultados. Eles que gostam tanto de ir buscar exemplos ao resto da Europa, quando lhes convêm, admira-me que não tenham, ainda, imitado Mário Monti, primeiro ministro de Itália, que desistiu da remuneração porque, o seu País, estava em crise.
O governo é gastador, irresponsável e inconsciente.
Procurem os responsáveis, prendam-nos, penhorem-lhes os bens, ponham-nos a fazer trabalhos forçados, limparem as matas, trabalharem os campos abandonados, porque, nós, trabalhadores, estamos CHEIOS, FARTOS, da vossa indolência, da vossa astucia, da vossa manha.
Bagão Felix só se enganou quando disse que não acreditava em guerras civis, eu acredito. Acredito e desde 2009 que estou à espera que rebentem. Nunca imaginei que vocês chegassem até onde chegaram nem que nós pudéssemos aguentar tanto. Somos um povo de brandos costumes mas não somos burros, nem nascemos para sermos escravos de “senhorzinhos” de terras roubadas, nem lacaios de doutores de meia tigela. Sim porque este povinho, o mesmo que não se filiou em partido nenhum, tirou os cursos depois de muitos anos de estudo e esforço, não subiu por escadas imaginárias, nem viveu ao som da musica do favor, trabalhou, soou para ter direito a satisfazer as suas necessidades básicas. Ele tem necessidades básicas, tem esse direito, merece e exige que sejam satisfeitas mas, atenção, não é básico.
(Espero que o primeiro ministro além de facebook tenha, também, um blog e que navegue bastante pela blogosfera)
Brown Eyes
Nós, o povo, não governámos este país durante estes trinta e tal anos, trabalhámos, produzimos, esforçámo-nos, cumprimos. A única responsabilidade que temos, na crise, foi a de termos votado em maus gestores, não queiram, agora, que deixemos de ter necessidades básicas para que o fruto do nosso trabalho seja todo dirigido para uma divida, gigantesca, enquanto, eles, continuam a aumentar as suas necessidades supérfluas.
Trabalhadores, para mim, são os que ganham vencimentos reduzidos, porque os outros, os que recebem milhares mensais têm outro nome qualquer. Os desempregados, imensos, continuarão a subir e irão vivendo de esmolas, felizmente somos solidários, consumindo antidepressivos que os afundarão ainda mais. Estas substâncias não dissolvem nem ajudam a resolver nenhum problema, ajudaria sim um governo mais exacto e responsável nas decisões que toma. Para conseguirmos esse governo, tão desejado, haveria que puni-lo cada vez que ele cometesse um erro, seja ele económico, judicial ou a nível ético.
Ele pretende acabar com os funcionários públicos, doentes, velhos e trabalhadores, públicos e privados, que declaram o que recebem. Muitos há que não confessam os seus rendimentos e, por mais que nos custe, são esses que têm feito a diferença no crescimento da economia. Os outros, os que contribuem, já estão tão espremidos que deixaram de consumir e, alguns há, que já nem para as despesas obrigatórias, água, luz e gás, têm dinheiro.
Bagão Félix disse que “As medidas de austeridade anunciadas para o Orçamento para 2013 correspondem a um "sismo fiscal de magnitude oito com efeitos destruidores sobre a economia".
Já muitos levantaram a voz para deixar alertas ao governo mas, em vão. Ele entrou por um caminho tão estreito que não consegue dar a volta mas, o pior é que, no fim, há um abismo no qual Portugal cairá. Após a queda não haverá maneira de conseguir iça-lo. Terá ele alguma noção de patriotismo?
Quem quer produzir, trabalhar quando sabe que o resultado do mesmo irá para o estado, um estado gastador, sem medidas, que absorve mais que o produto do P.I.B., que chupa todo o dinheiro que rouba aos trabalhadores? Um estado que não cumpre o que contratou com os seus empregados, os seus reformados, que muda regras diariamente, sem consciência nem sentido de palavra e dever, como se estivesse a lidar com objectos, seres sem vida própria, sem compromissos. Todos nós temos um futuro, curto ou não, quee para vivermos, razoavelmente, teremos que o planear hoje. Pensámos no futuro e, por isso, aceitámos o trabalho que temos segundo determinadas condições, escritas, segundo um valor decidido, escrito, que nos permitiria viver dentro de parâmetros constituídos e que cumprimos. Quem estaria disposto a aceitar um trabalho cuja retribuição, em vez de subir, desceria constantemente, cujos direitos oscilassem quase diariamente, dependendo da vontade do patrão, ao ponto de serem inexistentes? Ninguém. Eu também não. Que consequências terá esse empregador após a violação, sucessivamente, de um contrato assinado? Ele está ou não a lesar o trabalhador? É ou não um malfeitor e criminoso? Deve ou não ser punido judicialmente? Há ou não gente acima da lei?
As novas tabelas de IRS são um exemplo da equidade que existe neste país. Ao terem sido reduzidos os escalões serão penalizados os que tiverem menores rendimentos. Quem ganha menos paga o mesmo que aquele que ganha quase 3 vezes mais (veja-se o exemplo do segundo escalão no qual são pagos 28,5% pelos que tiverem rendimentos anuais de 7 000 euros e pelos que tiverem 20 000). Que equidade é esta? Que igualdade existe aqui?
É a classe média baixa que mais impostos paga, que não tem direito a ajudas, nem governamentais nem de instituições de solidariedade social, é considerada rica, que não pode adoecer, assaltam-lhe logo o vencimento quer por ter metido atestado quer por ter que pagar consultas e medicamentos, cada vez menos comparticipados, do próprio bolso.
A conclusão a que chego é que estamos perante uma forma camuflada de Nazismo, há diferença apenas no género humano seleccionado para abater e na forma. Não é necessário ser Judeu, basta ser trabalhador ou ex-trabalhador e ter baixos rendimentos. Dispensam-se câmaras de gás, morremos lentamente enquanto nos vão sugando o sangue. O governo é discriminador, injusto e parcial.
O significado das palavras também se alterou, por isso deixámos de saber interpretar o que o governo verbaliza e nem nos informaram em que dicionário os mesmos se encontram. Palavras como equidade, igualdade, imparcialidade, justiça, entre outras, deixaram de ter conteúdo. O governo é enganador.
O governo não tem só aumentado a receita, como se diz à boca cheia, tem diminuído a despesa. Sim porque ao insistir em aumentar a percentagem de descontos que faz aos funcionários públicos e reformados está a diminuir a despesa mas, pena é que não se lembre de diminuir os seus gastos supérfluos, desnecessários e inúteis. Pode começar por diminuir os salários dos ministros, secretários, motoristas e assessores, gente a mais para desastrosos resultados. Eles que gostam tanto de ir buscar exemplos ao resto da Europa, quando lhes convêm, admira-me que não tenham, ainda, imitado Mário Monti, primeiro ministro de Itália, que desistiu da remuneração porque, o seu País, estava em crise.
O governo é gastador, irresponsável e inconsciente.
Procurem os responsáveis, prendam-nos, penhorem-lhes os bens, ponham-nos a fazer trabalhos forçados, limparem as matas, trabalharem os campos abandonados, porque, nós, trabalhadores, estamos CHEIOS, FARTOS, da vossa indolência, da vossa astucia, da vossa manha.
Bagão Felix só se enganou quando disse que não acreditava em guerras civis, eu acredito. Acredito e desde 2009 que estou à espera que rebentem. Nunca imaginei que vocês chegassem até onde chegaram nem que nós pudéssemos aguentar tanto. Somos um povo de brandos costumes mas não somos burros, nem nascemos para sermos escravos de “senhorzinhos” de terras roubadas, nem lacaios de doutores de meia tigela. Sim porque este povinho, o mesmo que não se filiou em partido nenhum, tirou os cursos depois de muitos anos de estudo e esforço, não subiu por escadas imaginárias, nem viveu ao som da musica do favor, trabalhou, soou para ter direito a satisfazer as suas necessidades básicas. Ele tem necessidades básicas, tem esse direito, merece e exige que sejam satisfeitas mas, atenção, não é básico.
(Espero que o primeiro ministro além de facebook tenha, também, um blog e que navegue bastante pela blogosfera)
Brown Eyes
Comentários
até agora tenho-me contido e ainda não escrevi nada no meu blog, sobre estas situações que tanto alteraram a maioria esmagadora do povo português sob o ponto económico.
Mas qualquer dia "solta-se-me a franga" que em mim reside, e expludo.
Beijinho.
Escreves-te com raiva e com alma de quem sofre injustiças atrás de injustiças.
Também espero que o PM e PR leiam estas verdades, porque eles não fazem ideia do que estamos a sofrer, como podem se têm uma vida privilegiada e fácil.
beijinhos
Parece que o CDS não está muito
satisfeito e vai pedir uma reunião
com o PR, mas esse também...
Quem diria que Passos e Gaspar
fariam o que têm estado a fazer.
Também me admira que o PPD/PSD
que sempre se revoltou esteja
tão "calmo". O povo vai-se manifestando, mas eu não acredito
que tenha efeitos práticos, assim
como greves de 1 dia. Puseram a
bandeira nacional quando foi da
selecção, agora sim, deveria haver
em cada janela ou varanda, uma
bandeira preta.
As Centrais Sindicais também nunca
se preocuparam em ter um fundo
para ajudar os trabalhadores nas
greves.Enfim está tudo péssimo.
Qualquer dia vou-me embora de
Portugal de vez.
Beijinhos
Irene
Eu já andava a estranhar, mas agora vejo que regressaste. Penso que os blogues são ainda um lugar estimado por muitos, embora num registo mais solitário. Contudo, um lugar sério para deixar opiniões e estados de alma a todos os níveis.
As melhoras e continua a dizer o que pensas nem que seja esporádicamente.
Um abraço,
mz
Está lindo e tem tudo a ver contigo.
Beijinhos
Espero que gostes, mesmo que não sejas de publicar =) um beijinho
Eu não estou bem, há muito, daí a ausência. E tenho de fugir ao pc.
Agrada o que escreveu, pois escreveu a verdade.
Me parece que os grandes males apareceram logo no princípio, no retirar tudo ou quase, à classe média que já não existe...
"E ninguém disse nada"
E como ninguém disse nada...continuou o roubo a essa classe.
Agora me parece tarde...
Abraço,
Mª.Luísa
como te compreendo...
Tudo o que escreves é algo que temos de reflectir bem quando formos votar.
Bj
entretanto a situação ainda se
agravou mais, como sabe.A Merkel
quer mais cinco anos de sacrifício...
e o Passos se puder dá-lhos...
Há um apelo para no dia em que ela
va estar umas horas em Portugal se
colocar algo preto numa varanda,
numa janela, no carro.
Eu vou alinhar nisso.
Obviamente que sei que também não
irá mudar nada, mas algum eco deve
ter. Mas os actuais governantes
e Presidente da república parece
que estão cegos, surdos e mudos
para o que lhes convém.
Eles andam pela blogsfera(os boys)
e qualquer dia até isso nos irão
querer tirar, a possibilidade de
escrevermos livremente nos nossos
blogues.
Um grande beijinho
Irene Alves
Voltei para agradecer o Selo. Obrigada por te lembrares do Afectos e Dúvidas :)
É muito bom receber mimos dos amigos, de todos, incluindo estes da blogosfera. É sinal que de alguma forma, estamos no seu pensamento.
E parabéns, mudaste de visual e fica-te bem.
Bjs**
em guerras civis...
Mas me impressiona
me ter lembrado disso...
Cuidado, eles não entendem e isso é grave.
Belo texto! E espero, com Fé, a passagem deste tempo, embora saiba "Que não há Tempo" e para tudo é tarde...
Abraço
Maria Luísa
Tens razão, caminhamos a passos largos para o abismo e as pessoas limitam-se a invocar Santa Bárbara.
O que se adivinha é aterrorizador.
Beijo :)