Há dias que ando para vos contar, resumidamente, o que fiz durante as três semanas em que estive ausente. Imagino que sejam tão curiosos como eu mas, quando dou conta acabou o dia. O meu problema com o tempo parece infindável.
O Norte de Portugal consumiu-me a primeira semana, onde gozei a paz do campo, descansei e vivi o cheirinho de Trás-os-Montes. Depois veio a montanha e a praia, lá longe, muito longe deste país conturbado, sem rei nem roque. Tirei muitas fotos, oitocentas e tal, da paisagem paradisíaca das Astúrias e da Galiza.
Há dois anos que ando para visitar a costa mediterrânica espanhola, mais um ano em que a ideia foi adiada e o culpado foi o calor abrasador. Em Valladolid estavam, às dez e meia da noite, 42 graus, impossível aguentar aquelas temperaturas. Desisti. Sentia saudades das Astúrias, dos Picos da Europa e parti ao encontro da temperatura amena, das paisagens harmoniosas e serenas. Na Galiza cativam-me as lindas praias de Ribadeo, Catedrais e Arealonga. Praias com uma água tão límpida que me fazem lembrar as praias africanas, com uma temperatura convidativa, sem multidões assustadoras, onde a toalha pode ser mudada e sacudida sem o problema de incomodar o vizinho. Vizinho que não me pisa quando se levanta para humedecer as banhas, onde os passarinhos poisam para comer os miolos da sandes que levámos, onde se podem contemplar as vacas ou os cavalos em plena refeição, nos grandes prados que circundam as praias.
Para quem gosta da beleza natural o norte espanhol é um paraíso, como podem observar pelo vídeo, um paraíso que vicia, tanto ou mais que o norte português. Santander é uma cidade, à beira mar, que todos deviam conhecer, a mais organizada que já vi. O santuário de Covadonga, no norte dos Picos da Europa, é soberbo.
Se notei a existência da crise? Notei, principalmente a crise Portuguesa. Nos dias em que andei por lá vi apenas uma auto caravana, com matrícula portuguesa. Nos anos anteriores viam-se muitas mais.
Os espanhóis são inovadores e vão tentando cativar os clientes com novas ideias, dando assim volta à crise. Aconteceu-me estar na esplanada a tomar café (eles têm melhorado a qualidade do café e consegue-se, já, tomar um "café solo" idêntico à nossa bica), ao meio da manhã, e estenderem-me uma bandeja de tapas, de borla.
Comida? Este ano experimentei a “fabada asturiana”, feita com as nossas feijocas (feijão branco grande) com enchido, tipo feijoada. O enchido é uma desilusão, não se encontra um bocadinho de carne, está tudo desfeito mas, o feijão não estava mau. Na Galiza comi a parrilhada de marisco, excelente.
Segurança? Sinto-me lá mais segura que em Portugal, muito mais. Ao contrário do que já aconteceu em Portugal, na Figueira da Foz, nunca experimentei, como turista que viaja em auto caravana e não usa parques de campismo, qualquer tipo de ameaça. Durmo tão descansada lá como o faço em casa. Para que precisa uma auto caravana de estar num parque? Não precisa. Ela proporciona todo o comodismo necessário e a liberdade de partir e chegar à hora que se quer, o que já não acontece se formos para um parque, há horários a cumprir.
Espero que fiquem com uma ideia do que me rodeou e compreendam o quanto é difícil voltar à rotina. Foram mais umas férias de sonho, num país que me encanta, Espanha, e numa região de Portugal apaixonante, a transmontana.
Comentários
Compreendo tudo o que dizes sobre a segurança, e a inovação e tudo o mais, é com muita pena que o digo, mas é efectivamente um lugar bem diferente do nosso país, que tem sitios lindos de morrer, mas quase sempre agarrados a pecados enormes a muitos niveis, atendimento, infraestruturas, etc. Curiosamente, as Asturias estão ainda por conhecer e agora fiquei ainda com mais vontade.
Fiquei com aquela inveja boa, e já a matutar em planos de fuga.
Beijinhos
Só distingo uma coisa: aprecio mais a parrilada de marisco e a costoleta de terneira. Lembram-me a posta à mirandesa de Vila Pouca de Aguiar (não em Miranda) e da espetada "terra e mar" da Tocha em Cantanhede.
Beijos
Caldeira
Só distingo uma coisa: aprecio mais a parrilada de marisco e a costoleta de terneira. Lembram-me a posta à mirandesa de Vila Pouca de Aguiar (não em Miranda) e da espetada "terra e mar" da Tocha em Cantanhede.
Beijos
Caldeira
Há nos que quero ir aos Picos da Europa; a costa cantábrica deve ser a única região continental de Espanha que desconheço.
Bem-vinda, Mary!
:)
Beijinhos
Beijinhos
Cheguei ontem, de Trás-os-Montes, onde fui fazer dois cruzeiros, ao Douro Internacional e depois de Barca d'Alba à Régua, antes estive em Salamanca e Zamora. Isto para te dizer que gosto imenso do Norte de Portugal e do Norte de Espanha, já fiz aquelas praiinhas todas de Finisterra a S. Sebastian e é uma maravilha. Tiveste umas férias óptimas e espero que estejas em pleno.
Beijinhos,
Manuela
Vila Pouca de Aguiar próximo de Vila Real no Restaurante junto da Estalagem na Estrada para Braga. Eles dizem que é a melhor carne do Mundo. Fazem a Posta à Mirandesa com carne Maronesa.
Beijos
Caldeira
abre-se esta janela, quando se vai para comentar :X
POIS BEM, A MENINA ANDOU PELO NORTE DE PORTUGAL E TERRAS DE ESPANHA...E AS FOTOS BEM O DOCUMENTAM...E FOI DE CARAVANA...HUMMM...ISSO É ÓPTIMO...AINDA ESTE VERÃO COMENTEI COM ALGUÉM SOBRE ISSO...COMO DEVIA SER BOM SAIR ASSIM SEM SE PREOCUPAR COM MAIS NADA...EU CONHEÇO UM POUCO DE PORTUGAL CONTINENTAL...JÁ FIZ CENTRO/NORTE...E CENTRO/SUL...EM OCASIÕES DIFERENTES...MAS SE ME QUESTIONARES SOBRE LUGARES ESPECÍFICOS É MELHOR NEM TENTARES...A NÃO SER TALVEZ LISBOA...TALVEZ!!!
ISSO QUE FIZESTE É MUITO SALUTAR ...É DAS MELHORES COISAS DA VIDA...UM AVENTURA INESQUECÍVEL...
FORÇA E CONTINUA SEMPRE QUE POSSAS A DESFRUTAR DAQUILO QUE TE DÁ PRAZER...
UM BEIJO MEU
Beijinho grande!
a minha família é de trás-os-montes, da zona vinhateira do douro. perto do moscatel de favaios. terra linda, cores, aromas e o silêncio... com uma cigarra aqui, um rouxinol acolá. sempre que posso, fujo para lá. nos últimos anos, porém, tem sido mais difícil. mas... novos tempos virão. estou ansiosa para lá voltar.
quanto aos espanhóis... eles sabem o que fazer com a terra que têm. nós estamos a deixar o interior morrer. se melhorassem toda a ligação ferroviária da região do tua e de outras, o turismo iria crescer e com esse crescimento, todas as povoações em volta. mas não. escolas fecham. linhas férreas desactivadas. interior morto.
fica-nos espanha.
[e isto revolta-me... não o facto de ter-mos espanha, que eu adoro lá ir. mas o facto de deixarmos de ter portugal]
abraçinho...
Não conhecia o NORTE... há 2 meses tive de férias no Porto, Vila do Conde e Póvoa de Varzim, como podes ver por algumas fotos no meu blog... e a minha opinião mudou radicalmente (pla positiva) quanto aquelas regioes, fiquei encantado.
Bjooooooo