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Amolecidos pelo Sangue

As notícias e os acontecimentos mundiais exerceram, sempre, grande influência sobre mim, capazes de provocar alterações no meu dia a dia e na minha maneira de agir. Hoje não foi excepção e, mais uma vez, o que tinha agendado vai ter que aguardar por vez.
Interferiram porquê? Porque, como é impossível saber agir correctamente em todas as circunstâncias, saber analisar perfeitamente todos os factos com a nossa experiência, há tanta coisa porque ainda não passámos e nunca passaremos, vou acumulando informação de factos passados com outras pessoas, analisando-os e tirando as minhas conclusões. Sei, também, que a teoria, na hora da verdade, falha mas, menos falhará quanto maior for a informação adquirida.
Já ando há algum tempo para abordar o tema pais e filhos e as suas relações na actualidade. O tempo foi passando e o assunto foi ficando na gaveta. Esta ligação nunca foi fácil, talvez devido à diferença de mentalidade provocada pela diferença de idades mas, hoje, ela é muito mais problemática. Porquê? Falta o essencial, o respeito pelos progenitores, pela sua vida, pela sua opinião e, mais alargadamente, pelos mais velhos. Não há estima e não há submissão. Parece que nada se deve aos pais e são estes, por sua vez, que estão sempre em divida e têm, custe o que custar, todas as obrigações.
Nunca pensei assim. Merecessem ou não eu devia obediência, respeito, amor, carinho e companheirismo aos meus pais. Nunca me lembrei de lhes responder que não tinha pedido para nascer quando me negavam alguma coisa.
Realmente não pedi, como nenhum de nós pediu, como ninguém que utiliza esta frase irá perguntar ao filho se quer ou não vir ao mundo, se quer ou não nascer. Este facto, de a criança ter nascido sem consentimento prévio, obrigar-me-á, como mãe, a ceder a todas as chantagens feitas pelo meu filho ou filhos? Obrigar-me-á a perder a minha identidade? A submeter-me à sua vontade e capricho? Não. Não posso deixar de ser mãe passando por magia a ser “pau mandado” pelo meu descendente ou descendentes. Não posso perder a minha identidade. Não posso, também, matar-me a trabalhar para lhes proporcionar uma vida de modelo de passarela, ensinando-os a viver de aparências, dando-lhes a entender que a vida é fácil, oferecendo-lhes o luxo que não podem ter como filhos de classe média. Não, afinal tudo isto é contra a minha maneira de pensar, de ser,  estaria a violar-me e, além disso, compete-me formar, informar e educar.
Dizer não é o caminho mais difícil, provoca animosidade, mas ensina, ensina a lutar pelos desejos e sonhos, a ganhar o que queremos. Ganhar, esta palavra, só por si, é um troféu, um troféu que os nossos adolescentes não conhecem. Para eles ganhar é conseguir do pai ou da mãe, não conseguir com o seu esforço. Tudo lhes cai do céu, até as notas na escola são conseguidas à custa do explicador.
Esta maneira de educar e formar é incompreensível. Não entendo que filhos querem estes pais. Querem filhos auto-suficientes ou querem filhos dependentes? É verdade que a concorrência é maior hoje que foi ontem, mais uma razão para os tornar autónomos, ensiná-los a, sozinhos, conseguirem competir honestamente.
Nunca me imaginei a pedir opinião a um filho sobre uma atitude a tomar, isso seria demonstrar-lhe insegurança. Insegurança que não me é permitido ter e que poderia ser, por ele, mal aproveitada. Assim como, nunca ameacei com castigo e, minutos depois, esqueci a ameaça apesar de não ter sido cumprida a minha vontade. Nunca me imaginei, também, a modificar qualquer atitude, esconder uma decisão ou anular uma vontade porque o meu filho é contra. Se eles não nos dão conta dos seus actos, não temos nada com isso, porque eles terão alguma coisa com a nossa vida. Se eles querem liberdade de acção porque nos querem encarcerar a nós? Estranho não é? Parece que, de um momento para o outro, passámos de pais a bebés. Há muitos pais que permitem que os filhos se intrometam na vida deles e para evitar isto, delicadamente, passam a mentir-lhes, a esconder factos. Porquê? Penso que a idade, a entrada nos enta, cria neles o medo de uma velhice solitária e, para evitar isso, com medo de serem abandonados passam a aceitar tudo ou será que se perde a autonomia e a confiança nas nossas capacidades, a partir de uma certa idade? Estou a falar de pessoas mentalmente sãs, sem problemas mentais.
Aceitar violência, faltas de respeito, insultos, desobediência de um filho não é normal para um progenitor como não é normal, quando ela existe, não criar preocupação. Não é. Nós recebemos, ao longo da nossa vida tantos NÃO, vamos reagir a cada um deles violentamente? Se a sociedade penaliza quem é violento porque um pai não penaliza um filho que o foi para ele. Porque é filho? Precisamente por o ser é que não lho pode permitir.
Relacionei sempre violência à morte e um filho hoje violento pode muito bem ser amanhã um assassino. Pode e como pode há que evitar esse futuro, a todo o custo, evitar que o nosso filho venha na primeira página de um jornal, por um motivo tão macabro. É inumano um pai tornar-se vítima de um filho.
Pois é mas, acontece. Acontece e o motivo é sempre o mesmo: dinheiro.
Esta mãe morta, em Coimbra, por um filho adoptivo (que alegou tê-la morto porque ela era chata), a quem deu tudo (ele teve um descapotável quando entrou para a universidade), demasiado, tanto que ele perdeu o rumo, nada pode fazer, está morta mas, nós podemos. Podemos evitar que se formem monstros em vez de seres humanos.
Não percam, jamais, o vosso papel e não esqueçam que amar é aperfeiçoar não danificar nem neglicenciar. 
Brown Eyes

Comentários

Poetic Girl disse…
Mais uma bela reflecão tua. sim é verdade que os pais pensam que os bens materiais é que tornarão a vida dos seus filhos mais bela, mais plena, ou até os tornarão mais bons filhos. Eu cresci sem isso tudo, mas com muito respeito e amor, que não se compra na prateleira do supermercado. E é precisamente isso que eu não vejo nas relações pais/filhos hoje, existem algumas excepções mas são raras muito raras.
Sim nunca fui mãe é um facto, mas tenho consciência do que implica sê-lo. Não basta largá-los ao mundo, basta sim dar-lhes bons exemplos e acima de tudo não ter medo de ser o "mau da fita". Nunca ninguém morreu por ouvir um Não!

beijoca
Brown Eyes disse…
Bela é exactamente o que penso. Nós apesar de não termos tantos bens materiais eramos mais felizes e davamos mais valor ao que tinhamos e à vida. A culpa de "falta de tempo" para os filhos não se paga com bens mas, sim com amor e atenção. A ideia que tenho é que hoje se despacham os filhos, para descansarmos um pouco, com bens materiais. Pena que os miúdos valorizem tanto as tralhas que lhes metem pela frente, na altura da compra porque depois destroiem-nas sem remorsos. Beijinhos
geek in the pink disse…
Quando ouvi a notícia pela primeira vez, e ainda não tinham avançado nada sobre os suspeitos, fiquei com imensa pena do filho da senhora. Quando soube que afinal foi ele, fiquei em estado de choque. Não há mesmo nada que justifique tal acto, o que me faz pensar que a sociedade está muito doente.
Beijinhos
Zé Rainho disse…
Como eu estou, umbilicalmente, de acordo consigo. O seu texto é um grito de alarme. É uma lição de vida. É uma chamada à responsabilidade de todos. Pais, em primeiro lugar, filhos em seguida. Ter tudo, não quer dizer ser alguém.
O caso que aponta é paradigmático de quem nunca foi capaz de dizer NÃO. Se dúvidas tivéssemos bastava ir à Psicologia para vermos a importância da palavra e da atitude de um NÃO.
Obrigado pela reflexão. Parabéns pela frontalidade.
Bejinhos
Caldeira
By Me disse…
MARY BROWN EU JÁ ABORDEI ESTE TEMA DIVERSAS VEZES LÁ PARA TRÁS...A MINHA OPINIÃO É SEMPRE A MESMA...EU LI O TEU TEXTO...E DESCULPA...NÃO ME LEVES A MAL MAS PARECE QUEE ENTRE PAIS E FILHOS HÁ UM CAMPO DE BATALHA...NÃO DEVIA SER ASSIM...EU NÃO ACEITO O MEDO,NEM A SUBMISSÃO, NEM A OBEDIÊNCIA...E DEPOIS CONFUNDE-SE TUDO COM RESPEITO...SÃO COISAS DIFERENTES...
EU JÁ PRESENCIEI CENAS DE MÁ EDUCAÇÃO DE FILHOS PARA PAIS E VICE VERSA...E DIGO-TE MAIS, SE HOJE A FAMÍLIA ESTÁ EM CRISE,DEVE-SE SOBRETUDO AOS PROGENITORES...
É MAIS FÁCIL CULPAR AS CRIANÇAS...
ELES SÃO AGRESSIVOS,ELES SÃO MARGINAIS,ELES QUEREM TER UMA VIDA FACILITADA,ELES QUEREM TUDO...MAS ESQUECEMOS QUE PROVAVELMENTE SÃO OS PAIS QUE OS CONDUZEM POR ESSA VIA...EU TENHO VISTO MUITA COISA,OUVIDO MUITA COISA...E CADA VEZ TENHO MAIS ESSA NOÇÃO...DE QUE OS VERDADEIROS CULPADOS SÃO REALMENTE OS PAIS...NÃO ESTOU A GENERALIZAR MAS SEI DE MUITOS AMBIENTES DEGRADANTES...ONDE SE PASSAM ABERRAÇÕES QUE NINGUÉM CONHECE...AS CRIANÇAS QUASE SEMPRE SÃO AS VÍTIMAS DE CASAMENTOS FRUSTRADOS,DE EDUCAÇÕES SEM SENTIDO, DE REGRAS COMPLETAMENTE FORA DO NORMAL....TUDO ISTO GERA DESIQUILÍBRIO E DEPOIS O RESULTADO É OS PAIS SE QUEIXAREM DOS FILHOS E ATRIBUIREM-LHES TODA A CULPA...
E MUITAS VEZES JOGOS DE INTERESSES EM QUE SE METE A CRIANÇA NO MEIO QUANDO DÁ JEITO...E OLHA QUE ISTO SUCEDE EM FAMÍLIAS ATÉ DA CLASSE MÉDIA ALTA...
DEPOIS PORQUE SERÁ QUE A CRIANÇA NÃO TEM RENDIMENTO NA ESCOLA, ,TEM UM COMPORTAMENTO DOS DIABOS...PORQUE SERÁ QUE QUER TODAS AS VONTADES ....E POR AÍ FORA...
HÁ PAIS QUE NUNCA DEVERIAM SÊ-LO...PORQUE TODA A GENTE QUER EXPERIMENTAR TER FILHOS ...MAS ESTES NÃO SÃO RATOS DE LABORATÓRIO...

LAMENTO MARY BROWN...ESTE ASSUNTO TEM PANO PARA MANGAS...TU ACENDESTE...E EU VIM...RSRS

BEIJOCAS VERDADEIRAS
su disse…
excelente post, como vem sendo hábito.

infelizmente, as novas gerações são assim. a tal frase "eu não te pedi para nascer" é uma constante na vida de muitos pais.

eu não cresci assim. no meu tempo de miúda [e continua a ser assim] a palavra "respeito" fundia-se com as palavras "mãe" e "pai".

as atitudes de muitos jovens deixam-me muito revoltada. por vezes, só me apetece lhes pregar um bom par de bofetadas apesar de ser contra este tipo de reprimenda. mas... vêem-se miúdos com 16, 18 e muitas vezes 20 e até 26 anos, a tratarem os pais como criados para toda a obra.

pior são as crianças. lido frequentemente com uma menina de 5 anos que, confesso, deixa-me completamente alucinada. a palavra "não" começou a existir, somente, agora. da minha boca, claro. porque ninguém, na família nega seja lá o que for à princesa. se quer gelados atrás de gelados [apesar de ter os níveis de "mau" colesterol completamente desequilibrados para uma criança de 5 anos], dão-se gelados. não quer comer, não come. trata a avó como eu nunca vi. grita-lhe, bata-lhe, insulta... estou sempre a chama-la à atenção mas, confesso, ultimamente, limito-me a sair de perto dela. porque a minha vontade é dar-lhe um bom safanão. porque não me venham cá com histórias: esta criança sabe muito bem manipular tudo e todos. sabe muito bem o que faz. sabe que está a fazer mal.

os meus pais deram-me uma excelente educação. espero, sinceramente, que se algum dia tiver um filho, lhe consiga dar a mesma educação. porque não tolerarei uma criança que me ofenda, que me bata.

um beijinho, querida...
AC disse…
Um tema premente e, da forma como as coisas estão a acontecer, deveria estar mais vezes na agenda.
A Mary põe o dedo na ferida, mas as questões colocadas pela Pedras têm toda a pertinência. Se é verdade que muitos filhos manipulam os pais, quem os educou de modo a que se chegasse a esse ponto?
Mas o tema está longe de estar esgotado. Há tanto para falar e reflectir! E, tenho a certeza, muitos desabafos para pôr em dia...
Obrigado, Mary, por levantares a questão.

Beijo :)
Manuela Freitas disse…
Olá querida amiga,
Muito pertinente este teu post e muito completo na sua exposição, infelizmente motivado por um dramático acontecimento e estes acontecimentos arrepiam-me. Nada justifica que se mate e neste caso só posso pensar numa anomalia psíquica, não diagnosticada ou com terapia protelada.
Já abordei no meu blogue, o relacionamento pais e filhos, até referindo os meus filhos. Evidentemente que quando fui filha a situação era muito diferente, havia respeito, sabiamos compreender as possibilidades dos pais e quando fui mãe a educação dos meus filhos foi feita dentro desses príncipios, o respeito e o conhecimento da realidade. Obvimente que os meus filhos, por um contexto diferente em que se vive hoje são mais rebeldes e isso exige mais tempo de conversa, é exactamente por essa via que me tenho norteado.
Não sou exemplar obviamente, mas considero que é muito mais importante conversar com os filhos abertamente sobre tudo, do que lhes dar coisas e alimentar-lhes falsas ilusões.
Muitos beijinhos para ti,
Manuela
Fê blue bird disse…
Minha amiga é muito reconfortante vir aqui depois da minha ausência prolongada e ler os seus posts sempre cheios de humanidade, vivência e sabedoria.
A minha educação foi baseada numa mistura de autoridade e intolerância e quando fui mãe tentei sempre juntar o respeito à compreensão e partilha.
O respeito é a base de TODAS AS RELAÇÕES, quando ele falha tudo se desmorona!
Estou de acordo consigo, é aos pais que cabe impor os limites, sob pena de estarmos a criar uma geração de frustrados e intolerantes.

Obrigada pelo seu carinho aos meus "5 minutos".
Um beijinho grande
Brown Eyes disse…
geek também acho que não há nada que justifique a violência muito menos aos pais e a morte então... Está mesmo doente e cega pelo dinheiro, vale tudo e isso revolta-me. Se não gostam de alguém só têm uma coisa a fazer afastarem-se dessa pessoa. Tão fácil não é? Afastarem-se e fazerem a própria vida, afinal ele já tinha 24 anos, idade em que já se podia sustentar. Obrigada pela visita. Beijinhos
Brown Eyes disse…
Zé a sociedade somos todos nós e o acto de uns acaba por se reflectir nos outros. Uma batata podre num saco, com o tempo acaba por apodrecer o saco todo e isto é o que está a acontecer na nossa sociedade. Esses meninos que têm tudo de mão beijada, que não têm mais nada a não ser dinheiro, acabam por contagiar os outros com as suas ideias facilitistas. Os pais que querem impor regras, educar, formar e exigem respeito acabam por se ver em maus lençóis porque os meninos dificilmente entendem as diferenças e muito menos conseguem prever o futuro. É que o futuro dos meninos com vida fácil quase nunca é risonho, um dia as facilidades acabam e aí cai a casa. Conheço alguns. A vida não é aparência e dinheiro, porque no meio deles há muitos que não têm mais que a aparência, é muito mais que isso. Zé ter tudo não é mesmo ser alguém, pena que não entendam isso.
Obrigada. Beijinhos
Brown Eyes disse…
Pedras agora me lembro que já tivemos uma longa discussão, saudável, no teu blog sobre o tema, não foi? Não devia ser assim mas é e é quando? Quando os pais não cedem às exigências dos filhos porque os filhos querem manipular os pais e aí não há dúvidas, pois não? Aceitar eu também não aceito muita coisa mas, que há há. Como deves saber há muitos pais que têm medo dos filhos e ainda não foi há muito tempo que vi uma reportagem sobre uma família, normal, casados, como muitas outras, que tinham medo do filho porque ele batia-lhes e era violento em casa. O respeito deve existir naturalmente em nós e nós antigamente respeitávamos os mais velhos e muito mais os pais, não por medo, nem submissão e ajudavamo-los em tudo. Formavamos uma família porque numa familia deve haver mais a liga-la do que os laços familiares. Hoje exige-se não se ajuda não se constrói, exige-se. Afinal estamos de acordo: se os meninos estão mal educados os culpados são os progenitoes, os adultos que lhes ensinaram a pedir em vez de construir e ganhar.Os meninos têm culpa? Alguma terão porque há quem não tenha tido uma família, uma verdadeira família, há quem tenha crescido de baixo de gritos, há quem tenha sido maltratado fisica e psicologicamente e nunca agrediu os pais e guardou-lhe sempre respeito. Aliás se os pais erram nós devemos mostrar a nossa superioridade, não? Se os meus pais não servem como exemplo eu devo mostrar a diferença, a superioridade, não? Vou agir pior que eles? Então serei pior que eles. Pedras muitas vezes de quem é a culpa dos ambientes degradantes? Nossa, desta sociedade. A que ambientes vai levar o aumento do desemprego? Quem é o culpado? De quem será a culpa do número de drogados e do alcoolismo? Haverá sempre seres fracos mas isso não vai justificar, nunca, a falta de respeito e a fuga aos valores. Eu devo submeter-me à vontade dos meus pais, sim, enquanto viver às suas custas. Não quero submeter-me organizo a minha vida e saio de casa. É assim que eu vejo as coisas não posso nunca aceitar que sejam os pais a submeterem-se à vontade dos filhos, como acontece muitas vezes. A criança não tem rendimento na escola porque não lhe incutem a necessidade de o ter, como te digo está à espera que tudo lhe caia do céu por isso não vê necessidade de trabalhar. Os explicadores tiram mais do que dão e qual a criança que não tem explicador hoje? Eu tinha orgulho de conseguir decifrar o que não percebia e dava-me ao trabalhar de procurar livros que tivessem uma melhor explicação sobre a matéria e lia, lia até perceber. Quem faz isso hoje? Não se percebe pergunta-se ao explicador, continua-se a não perceber põe-se de lado. Como pode esta gente crescer intelectualmente? Não sabem pensar. Pedras tem mesmo pano para mangas e há sempre que dizer mas por mais que se fale nunca encontraremos justificação para a falta de respeito e falta de educação. Os pais que nunca deveriam sê-lo são mesmo os que não sabem impor limites e hoje são muitos. Pedras obrigada pela tua opinião que acaba por ter muitos pontos em comum com a minha, se analisares bem, apenas não concordo quando inocentas os filhos. Têm culpa. Beijinhos
Brown Eyes disse…
Caminhante, querida Suzana, concordo contigo em tudo até quando dizes que só te apetece dar um par de bofetadas apesar de seres contra a violência. É mesmo o que apetece e o facto de incutirem aos meninos que os pais não podem castigar contribuiu bastante para chegarmos a este ponto. Sempre fui contra a bofetada mas sou a favor do castigo. As pessoas confundem violência física, sem motivo, só porque hoje não se está num bom dia, com castigo. O castigo é necessário na educação de uma criança e quando os pais estão impedidos de castigar, pela legislação, eu pergunto como se pode educar uma criança rebelde? É que há crianças que não entendem o diálogo e estão sempre a pisar o risco para ver se os pais cedem. Querer queríamos todos que o castigo não fosse necessário, nenhum pai tem prazer em castigar. As crianças hoje são defendidas com unhas e dentes, não podem trabalhar, não podem ser castigados mas quem defende os pais? Quem defende um pai que é agredido, quem defende um pai que vê o filho a passear os livros sem se dedicar a nada? Escolaridade obrigatória? Antigamente que se fazia a um menino que não queria estudar? Punha-se um ano a trabalhar e no ano seguinte já era ele que pedia para ir estudar, o rendimento modificava-se totalmente. Pois é, a experiência ensina. Hoje os meninos, estudem ou não, tirem boas notas ou não andam a passear até fazerem o nono ano (escolaridade obrigatória hoje). Isto é benéfico para eles? Nem todos temos queda para os estudos e só perdem tempo na vida. Ganhar ganham a aprendizagem de vícios. O não é essencial, e o amor mede-se pela presença nos momentos difíceis, pelo acompanhamento dos filhos, pela luta que fazemos pela sua correcta formação. A correcção devia estar sempre em primeiro lugar, desse o trabalho que desse. Beijinho grande
Brown Eyes disse…
AC a Pedras tem razão quando diz que os pais têm culpa, claro que sim, permitem a manipulação. Os meninos desde muito cedo que começam a tentar manipular. Um bébé chora para obter o que pretende e se verificar que depois de chorar lho dão chorará sempre. Começam cedo a querer manipular por isso devem receber "nãos" convictos e firmes para deixarem de optar por esse caminho. Este tema tem mesmo muito que se diga. O estado tem, também, grande culpa da educação que os jovens têm. Obrigado pelo comentário. Beijinhos
Brown Eyes disse…
Manuela na tua frase: ...havia respeito, sabíamos compreender as possibilidades dos pais esta um dos pontos principais da questão: a compreensão. Os filhos não são compreensivos, ninguém lhes ensinou a ser. Quando é que nós paramos para analisar uma atitude: quase nunca o egoísmo não nos permite. Perdemos demasiado tempo com coisas fúteis e o mesmo acontece com eles. Os livros que acabavam com uma lição de moral já não se escrevem. Concordo plenamente quando dizes que é preciso conversar, mais que dar material e alimentar falsas ilusões. Obrigada Manuela
Beijinho grande
Brown Eyes disse…
Fê como tu foste criada muitos de nós foram e o problema surge quando se passa do 8 para o 80. Hoje falta autoridade, dentro da familia e na sociedade portuguesa. Tudo se reflecte no seio familiar e o caus externo não é excepção. Liberdade sim mas com medidas. Este tema é bastante vasto mas todos temos a noção que há que mudar porque esta maneira de educar não é a mais correcta e os resultados surgem e surgirão. Obrigada a ti. Sabes que sempre que tiver 5 minutos tos dedicarei. Beijinho grande.
By Me disse…
BROWN, EU AINDA INSISTO QUE HÁ MUITOS PAIS QUE CEDEM AOS FILHOS PORQUE NÃO TÊM PACIÊNCIA PARA ESTAR COM ELES,ENTÃO DÃO-LHES TUDO...SÓ PARA NÃO TER DE OUVIR UMA BIRRA(TODA A CRIANÇA TEM BIRRAS E MAIS, SE UMA CRIANÇA É MUITO BOAZINHA,MUITO CERTINHA,MUITO OBEDIENTE...ALGO ESTÁ MAL, OU MUITO MAL)E QUANDO ELA EXPLODE PORQUE AS GERAÇÕES SÃO DIFERENTES,E AS NECESSIDADES SÃO OUTRAS E O MUNDO MUDA...PODE ACONTECER ALGO DE TERRÍVEL...E OS CAMINHOS ESTÃO AÍ...

MARY,NINGUÉM NASCE BOM,NINGUÉM NASCE MAU...
QUANDO SE VEM AO MUNDO,VIMOS DESPIDOS ,NUS, SEM NADA...UMA FOLHA PRATICAMENTE EM BRANCO...

BEIJÃO E NÃO TE ZANGUES COMIGO,TU NÃO!!!NADA DE CENAS DE PUGILISMO...RSRS

BOA SEMANA
Brown Eyes disse…
ahahah eu zangar-me contigo? Não Linda, tu sabes que adoro discutir ideias e como pessoas inteligentes mas, até numa discussão de ideias se pode ver o estado de espírito da outra pessoa e tu andas cansadita, não é? Pedras concordo contigo, os pais cedem às birras não só por paciência mas também para despacharem o assunto. Não querem perder tempo, vê-se isso até na alimentação que lhes dão, à base de coisas pré-preparadas, muitos doces, muitos embalados. Todos nascemos em branco? E a personalidade de onde vem? Todos temos a nossa própria personalidade, onde a vamos buscar? Beijinhos
By Me disse…
MUCHAS GRACIAS POR SUS COMENTÁRIOS SENHORITA


KISSES AND MORE KISSES
mz disse…
B. Eyes, todos sabemos como o comportamento humano é complexo. Sabemos também que não existem fórmulas para a educação dos filhos.
PAssam-se os valores, as regras, as emoções. Depois passam-se também os nossos hábitos, a nossa forma de estar em sociedade.
Educa-se bem ou mal independente da classe social.

De uma maneira geral, quando o agregado familiar tem possibilidades monetárias, dificilmente se apercebem dos excessos, porque os pais são os principais consumidores.
Até mesmo os agregados familiares que têm dificuldades monetárias não fogem à regra porque é uma questão de sociedade. O filho deste tem logo o meu também tem de ter.
Depois, é uma bola de neve. Refiro-me como é logico, aos bens materiais.
Talvez esta crise venha colocar um travão a este tipo de situação.


Quanto ao crime a que te referes e que nos chocou sobremaneira... Este caso é estranho porque ninguém normal faz o que este jovem fez à sua mãe (adoptiva), tem de haver algo por trás de todo este comportamento.


Beijinhos
Brown Eyes disse…
Maria Luisa Adães deixou um novo comentário na sua mensagem "Dissertando":

Brown Eyes

Eu nunca te esqueço. Tu e Manuela
foram pessoas que me escreveram no Sapo, onde estive ,a sério, um ano.

Vim com coragem para o google, através de Manuela e te tive como seguidora de imediato, e no mesmo instante, Manu.

Estou aqui no google há cerca de três meses (a sério).

Quanto ao teu texto, muito bem
apresentado toca um tema de todos os dias.

Te vou dar uma análise pessoal:

No tempo anterior, no meu e talvez no teu, os pais eram demasiado severos.
Nada perdoavam, eram senhores absolutos dos filhos e os filhos tinham medo ou respeito pelos pais.
muitas vezes medo recalcado, escondido.
Estava errado! Era um Extremo!

O mundo muda, as geraçõrs mudam, se transformam e numa espécie de vingança ancestral, os filhos deste tempo, tomaram o outro Extremo.
Os Extremos é que predominam em
qualquer lugar, neste nosso caso, a
família.
Não há moderação e a parte mais suave, o meio-termo, não existe!

Os filhos passaram a mandar nos pais, a desprezar os pais e os pais têm medo dos filhos.

Os Extremos mudaram! Os pais severos que até parecia que não tinham amor aos filhos, não existem mais... e neste instante os
filhos inconscientes, a quem tudo se dá, odeiam os pais e até os matam.
Estão a criar-se monstros? Talvez...

Mas ainda temos forças para encaminhar os filhos e os trazer, ao meio-termo.

Mas está tudo tão mau que não sei quanto tempo vai passar, até à
reconciliação de pais e filhos.

Essa morte não é a primeira e não vai ser a última, infelizmente.

Não esquecer que a a confusão que se criou com a Liberdade, tudo
transformou e liberdade passou a ser usada e abusada e já não significa Nada!

Todas as palavras usadas
sem verdade ou convicção,
não correspondem ao verdadeiro
sifnificado,
ao verdadeiro sentido.

Se perderam e são usadas sem dignidade, valor, ou moral.

É tudo muito bonito (parece) mas as
consequências estão a aparecer e
não sei até que ponto.

É um tema que tem muito a debater.

"A queda nos Extremos é terrífica."

E é o que está a acontecer!...

Assim eu penso
Assim eu digo!

E acredito no que digo
e também acredito e louvo, o que tu
dizes!
Tens toda a razão! É um tema a ser debatido por todos e não apenas
"por alguns".
Isto que nos contas é real!
Não pode se visto com indiferença!

Beijos e obrigada por escreveres.

Mª. Luísa
Johnny disse…
Dizer "não" é importante, mas é preciso cuidado. Um "não" implica uma cultura familiar e social que apoie esse "não", porque muitas vezes um "não" de um familiar (muitas vezes um pai), é apenas um prelúdio de um "sim" que outro pai ou familiar dão em troca de amor. É preciso cuidado com os "nãos" e os pais têm de perceber e fazer todos os que rodeiam a família perceber que eles é que mandam na educação dos filhos e que na educação são uns (os pais), contra os outros (os filhos). Depois disso vem a compreensão e explicação do "não", porque o "não" não pode ser simplesmente porque sim. Havendo isto, dureza e compreensão, não há acontecimentos como esse em Coimbra que terá sido resultado de um "não" mal empregue.
Brown Eyes disse…
MZ esta frase que escreveste diz tudo: O filho deste tem logo o meu também tem de ter. Aqui está o problema. Já os pais têm, muitas vezes, porque o vizinho tem e, claro, não querem ficar atrás. As pessoas não conseguem perceber que a importância não está no ter, que as diferenças entre nós existem. que o que um precisa é diferente. MZ esta crise vai criar mais revolta nos jovens que estavam habituados a tudo, revolta porque acabaram as facilidades e eles não estão habituados à dificuldade. Beijinhos
Brown Eyes disse…
Maria Luisa colei aqui o teu comentário, houve um erro e ele ficou no post errado. Concordo com tudo o que dizes que vem ao encontro do que penso. Passou-se do 8 ao 80 , ao extremo como dizes mas eu penso que a educação anterior era a mais certa. Porquê? Já vimos que as pessoas abusam mesmo quando vivem com regras, quanto mais em liberdade total. Não há dúvida que o ser humano não consegue viver sem regras abusa.
Obrigada pelo poema, lindo com uma mensagem de suma importância. Beijinho Grande para ti.
Brown Eyes disse…
johnny como dizes quem deve educar são os pais e por vezes há quem se meta onde não deve, a família. Aí fica a educação dos pais completamente estragada e eles passam a ser os maus da fita, porque dizem não. Como referes o "não" não pode ser dito porque sim e deve ser explicado. Estou completamente de acordo. Beijinhos e obrigada. Os teus comentários fazem falta.

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