Chegaram, finalmente, as férias. É tempo de esquecer o relógio e as obrigações, já não era sem tempo. É tempo de me rodear de quem gosto, de gozar todos os prazeres que a natureza me oferece, de viajar, finalmente. É tempo de fazer, por aqui, um interregno, não se pode ter tudo na vida. Sei que serei tentada muitas vezes a dividir convosco os meus pensamentos, a minha opinião, as minhas ideias, a conhecer as vossas mas, a certeza que tenho sobre a supremacia de quem me rodeia, assim como, o quanto é escasso todo o tempo que possamos dedicar a quem amamos, manter-me-á afastada. Três semanas, à primeira vista parecem muito tempo mas, neste caso, é pouco. Não medimos o tempo, sempre, da mesma maneira, ele tem vinte e quatro horas mas, às vezes, parece ter quarenta e oito e outras, então, escassos minutos. Estes dias terão escassos minutos, passarão num ápice. Não porque estou de férias mas sim porque estarei bem, feliz, em principio. Não podemos dar nada como certo, nesta vida, apenas a morte. O tempo mede-se pela felicidade que sentimos, corre velozmente, ou pelo sacrifício que somos obrigados a fazer, pára.
São os sentimentos que o medem, não o relógio.
Foi ele, o tempo, que me tirou muitas dúvidas, quando as decisões eram importantes e não deviam ser tomadas a sangue frio porque, estavam coisas muito importantes em causa, foi o tempo que me ajudou a decidir. A minha fé está centrada nele. Foi ele que me deu aquela força para virar tudo de pernas para o ar, foi ele que me mostrou que se vêem caras e não se vêem corações, foi ele que me demostrou que o que hoje parece terrível amanhã pode ser uma bênção e foi ele que me vingou, nunca mexi um dedo contra ninguém, esperei que o tempo desse à pessoa o que merecia, deu. Quem com ferros mata com ferros morre. Foi, o tempo, que me ensinou a antever o futuro, isto de ver o que os outros não vêem tem que se lhe diga mas, o tempo, certificou, quase sempre, as minhas previsões e deu-me razão . Foi, o tempo, que me ensinou a ser reservada, na minha vida particular, zangam-se as comadres descobrem-se as verdades. Aprendi, ainda, a viver o presente, estudando o passado e preparando o futuro. "Não faças aos outros o que não queres que te façam a ti" é uma máxima para todos os que respeitam, porque querem ser respeitados, mas, para os outros não tem qualquer significado. Foi, ele, também, que me ensinou a não chorar sobre leite derramado perca, total, de tempo. Foi, ainda, o tempo que me ensinou que a história se repete e que, às vezes, não demora muito tempo. Ele mostrou-me que há pessoas que exigem tolerância mas, são pouco tolerantes, que há pessoas que exigem dos outros aquilo que eles não podem dar mas, não sabem ou não querem saber. Há pessoas que dizem gostar de viver justamente mas fogem à justiça, diariamente, há, ainda, pessoas que nunca têm tempo, para nada nem para ninguém, outras, então, têm tempo para tudo e para todos. Ensinou-me, ainda, que a mentira só dura enquanto não chega a verdade mas, por vezes, a verdade nunca chega, depende da conta bancária. Foi, o tempo, que me ensinou que, para colher tempestades não é preciso semear ventos, basta ser objecto de inveja. Não menos verdade é que a ambição cerra o coração. Cerra mesmo, não é por acaso que enriquecem. Foi, ele, que me certificou que antes só que mal acompanhado, sem dúvida. Aprendi, com ele, a desconfiar do homem que não fala e do cão que não ladra. Vale mais, muito mais, cair em graça do que ser engraçado porque se pode ser preso por ter cão ou preso por não ter, depende. Ensinou-me que não há male que sempre dure nem bem que nunca acabe e que o sol quando nasce não é, não é mesmo, para todos, é só para alguns, tal como a justiça. Há, ainda, quem tenha telhados de vidro e atire pedras, esqueceu-se do material que utilizou para construir o tecto da sua palhota e, há, quem não tenha cão e cace com o voto, modernices, esses sabem que quando a onda bate na rocha quem se lixa é o mexilhão, o mesmo que dizer o povo, por isso seguram-se. Foi, o tempo, que me ensinou que em terra de cegos quem tem olho é rei e quem não tem dinheiro tem vícios, desvia-o. Quem não trabuca, manduca, pede subsídio. Recordar não é viver, é sobreviver. Todo o homem tem o seu preço mas, atenção, há excepções, há quem não tenho preço, quem seja peça única. Tristezas não pagam dívidas? Alegrias também não, o melhor é não as fazer, não vá o diabo tece-las. Uma desgraça nunca vem só, verdade verdadinha. Vozes de burro não chegam ao céu, pelo menos não ao meu mas chegam ao de muitos.
Resumindo, com tempo tudo se consegue, até sair de um labirinto, se não deixarmos morrer a esperança e a paciência. Ainda tenho alguma.
Foi o tempo que me ensinou a viver e a sorrir, sorrir mesmo quando já se tem só os dedos, quando os anéis já se foram, há muito.
Voltarei, com tempo, cheia de saudades, esperando que ele faça justiça, que altere o que está errado e nos dê tudo o que merecemos, seja lá o que for. Nos homens já vimos que não podemos confiar, têm uma capacidade de análise diminuta, uma noção da realidade baseada no interesse e na conveniência.
O tempo é uma incógnita, sem dúvida, cabe-nos a nós conseguir viajar com ele, confiadamente.
Até já
Como curiosidade,visitem este site e saberão quanto tempo já viveram, em que dia nasceram e quanto tempo falta para fazerem anos. Aqui é medido o tempo até aos milisegundos.
Comentários
P.S. Se vieres a braga já sabes, call me, prometo que desta atendo!
Umas boas férias, o tempo realmente passa depressa, mas depende de uma série de factores! Às vezes não passa, arrasta-se, outras vezes voa!
Beijinhos, fico à tua espera.
Manuela
Posto isto, Boas férias !!
recupera-te e depois volta... ;)
um beijo!
Não posso deixar de estar de acordo
com estas reflexões. Então que o tenpo de férias seja plenamente vivido,com momentos felizes, e retempero de forças!
Por exemplo, agora que estou a menos de um mês de um novo encontro, como são lentas as horas e como é pesado o relógio que carrego; depois e durante pouco menos de 20 dias vão passar a correr, quase roubando alguma da felicidade do reencontro.
E não vejo o tempo de isto se modificar e começar a ver o tempo como uma pessoa normal.
Boas férias, minha Amiga e que o tempo vá correndo o mais devagarinho possível...
Mas não vamos perder mais tempo com esse tipode preocupações, não agora. Agora preocupa-te em "beber" bem esses dias de férias, em "sorver" toda essa vida que nos vem do bem estar e do estar com quem gostamos.
Beijo, enjoy
"fé cega e faca amolada..."
sigamos nesse vão
virão poesias e boas palavras
parabéns
abs
Só uma dúvida: que homens são estes? os homens, de humanidade, ou os homens do sexo masculino?
Mas continuo a ter.
E espero um dia estar a escrever um post como o teu e poder dizer "não levantei um dedo, não sujei as mãos, quem me lixou, lixou-se a seguir".
Vamos ver :)
Beijo enorme e boas férias!!!
Adorei a harmonia dos provérbios e as alfinetadas bem metidas a quem, de ser humano, apenas tem o feitio.
Até breve. O tempo passa depressa.
Abraço.
Caldeira
Espero que as férias sejam uma fonte de energia, de carinho e de boa disposição.
Até já :)
beijinhos
É bom saber que já voltaste de férias... ;)
beijo*
Beijinho
ATÉ À PRÓXIMA
PARABÉNS !!! VAIS DE FÉRIAS E VAIS DE ALMA LAVADA E BEM "VINGADA". COM TUDO DITO E DESAFOGADO...
MARY SUBSCREVO TODAS AS TUAS PALAVRAS. NÃO RETIRO UMA VÍRGULA NEM UM PONTO...
TINHA DE VIR CÁ...É UM PONTO OBRIGATÓRIO...HÁ PARAGENS QUE NOS CHAMAM...E TENHO ENCONTRADO VÁRIAS. A TUA É SEM DÚVIDA UM LUGAR A VISITAR E A LER...
UM GRANDE BEIJINHO E CONTINUA NO TEU DESCANSO PORQUE FAZ FALTA
SAUDADES
:)
Beijinhos
Eu nunca te esqueço. Tu e Manuela
foram pessoas que me escreveram no Sapo, onde estive ,a sério, um ano.
Vim com coragem para o google, através de Manuela e te tive como seguidora de imediato, e no mesmo instante, Manu.
Estou aqui no google há cerca de três meses (a sério).
Quanto ao teu texto, muito bem
apresentado toca um tema de todos os dias.
Te vou dar uma análise pessoal:
No tempo anterior, no meu e talvez no teu, os pais eram demasiado severos.
Nada perdoavam, eram senhores absolutos dos filhos e os filhos tinham medo ou respeito pelos pais.
muitas vezes medo recalcado, escondido.
Estava errado! Era um Extremo!
O mundo muda, as geraçõrs mudam, se transformam e numa espécie de vingança ancestral, os filhos deste tempo, tomaram o outro Extremo.
Os Extremos é que predominam em
qualquer lugar, neste nosso caso, a
família.
Não há moderação e a parte mais suave, o meio-termo, não existe!
Os filhos passaram a mandar nos pais, a desprezar os pais e os pais têm medo dos filhos.
Os Extremos mudaram! Os pais severos que até parecia que não tinham amor aos filhos, não existem mais... e neste instante os
filhos inconscientes, a quem tudo se dá, odeiam os pais e até os matam.
Estão a criar-se monstros? Talvez...
Mas ainda temos forças para encaminhar os filhos e os trazer, ao meio-termo.
Mas está tudo tão mau que não sei quanto tempo vai passar, até à
reconciliação de pais e filhos.
Essa morte não é a primeira e não vai ser a última, infelizmente.
Não esquecer que a a confusão que se criou com a Liberdade, tudo
transformou e liberdade passou a ser usada e abusada e já não significa Nada!
Todas as palavras usadas
sem verdade ou convicção,
não correspondem ao verdadeiro
sifnificado,
ao verdadeiro sentido.
Se perderam e são usadas sem dignidade, valor, ou moral.
É tudo muito bonito (parece) mas as
consequências estão a aparecer e
não sei até que ponto.
É um tema que tem muito a debater.
"A queda nos Extremos é terrífica."
E é o que está a acontecer!...
Assim eu penso
Assim eu digo!
E acredito no que digo
e também acredito e louvo, o que tu
dizes!
Tens toda a razão! É um tema a ser debatido por todos e não apenas
"por alguns".
Isto que nos contas é real!
Não pode se visto com indiferença!
Beijos e obrigada por escreveres.
Mª. Luísa
Obrigada pelo poema, lindo com uma mensagem de suma importância. Beijinho Grande para ti.
viver sorrir o tempo
bjinho Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ