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Grande Alma


मोहनदास करमचन्‍द गान्‍धी

Mahatma Gandhi,nasceu no dia dois de Outubro de 1869, há cento e quarenta anos, quer pela sua filosofia, quer pela sua busca constante de auto-conhecimento, auto-controle, pela luta que travou, com acções no princípio do Satyagraha (firmeza na verdade), não utilizando nunca a força bruta, por um mundo mais justo, solidário e pacifico, conseguiu mobilizar multidões e mobilizar-me, desde tenra idade, pelas mãos da sua obra autobiográfica “Minha vida e minhas experiências com a verdade”.
Foi através da sua obra que Ele se tornou um educador, um mestre, para mim. Como todos os discípulos não segui à risca os seus ensinamentos.
Não conseguiria ser espancada e recusar-me a processar quem o fez mas, tal como Ele, também penso que o dever do advogado é descobrir a verdade, não tentar provar que o culpado é inocente.
Não conseguiria isentar o pecador, atacar o pecado e o sistema injusto.Segue-se o pecado e o sistema por opção, o que torna o pecador transgressor. Para ele, ferir ou atacar alguém era atacar-se a si próprio. Não equiparo o meu ser ao ser de qualquer um.
Não conseguiria perdoar, o ornamento do valente, segundo Ele. O que indica que não consegui adquirir a sua valentia. Admito que o perdão seja mais nobre que a punição. Não perdoo mas, também, não puno.
Não conseguiria amar quem me odeia, só assim haveria não-violência. Procurei o fácil, não pretendi, nunca, amar quem me odeia. Mas segui a não-violência, ignorando quem me dirige ódio.
Não conseguiria dirigir a minha vida sem lógica. A vida é lógica, apesar de envolver alguma violência, posso e devo escolher o caminho da violência menor, que Ele pensava não nos competir.
Não conseguiria ver os meus erros com uma lupa e o dos outros com uns óculos. São, todos, vistos com uma lupa, procurando, sempre, descobrir a sua causa. A igualdade deve ser aplicada na sua totalidade. 
Não conseguiria oferecer a lâmina do amor para quem investiu uma espada para mim. Não acredito, como Ele, na reencarnação, vivo esta como se fosse a minha primeira e última vida. Não espero, numa outra vida, cingir toda a humanidade num fraternal abraço. Ou é nesta ou nunca será.
Não conseguiria vencer o adversário com amor, não tenho adversários, ninguém tem nada que inveje. Há pessoas e há entes. As pessoas merecem o nosso amor, os entes o nosso desprezo.
Não conseguiria orar. Para mim a respiração da alma está no pensamento e na análise, nunca na oração. A minha paz vêem-me da consciência, nasceu em mim e foi cultivada por mim.
Não conseguiria vencer o medo da morte porque, nunca o tive.Tenho medo ao sofrimento, Ele não.
Acredito que a força da alma e do amor, a mais abstracta e potente do mundo,têm o poder de manter a unidade das pessoas em paz e harmonia.
Acredito que devemos ajudar os economicamente oprimidos, os necessitados e as crianças carentes mas não sei se conseguiria jejuar por eles.
Acredito que a igualdade, o não uso de álcool ou droga, a unidade, a amizade, e a igualdade para as mulheres são os cinco pontos essências para a paz.
Acredito, ainda, que o amor e a verdade estão unidos entre si e são impossíveis de separar.
Acredito que controlando a gula conseguimos o controle de todos os sentidos, conseguimos, ainda, saúde e felicidade.
Acredito que a civilização, acto de polir, de progredir social e intelectualmente,  consiste na vontade espontânea de limitação das necessidades, que nos conduz à felicidade, à satisfação e capacidade de servir.
Acredito que é injusto e imoral, fugir às consequências dos próprios actos.
Acredito que seja imprescindível controlar a ira, só assim se consegue mover o mundo. Controlo-a esperando que o tempo reponha a verdade. O que acontece.
Acredito no silêncio como necessidade física e espiritual que me transporta para a meditação. Impossível meditar, lucidamente, entre a multidão, procuro, para tal, estar só.
Acredito no autocontrole, na concentração, no querer, na insistência, na busca da verdade. Crenças que me levam a acreditar no amanhã e a não teme-lo.
Acredito que não consigo ser tão modesta ao ponto de pôr todos os comodismos de parte, partir para a luta, sacrificando-me, em defesa dos inocentes, de chinelos e de tanga, como Ele fez. 
Gandhi foi assassinado por um hindu enfurecido, a 30 de Janeiro de 1948, com 78 anos. Ele tinha dito: Não desejo morrer pela paralisia progressiva das minhas faculdades como um homem vencido. A bala de um assassino poderia pôr fim à minha vida. Acolhe-la-ia com alegria.
Não foi um homem vencido, nem na morte. Foi um vencedor.
Esta Grande Alma deu-me, na vida, conhecimento, apoio e certezas.
Brown Eyes


Comentários

Poetic Girl disse…
Sem dúvida alguém que nos deixou ensinamentos que deviamos seguir e aprender alguma coisa com eles... :) beijinhos
Anónimo disse…
precisava de um Gandhi agora. de palavras sábias, de esperança. acho que todos precisávamos de alguém assim, sempre. todos os dias.
Mulher a 1000/h disse…
Ghandi sempre foi das figuras históricas que mais associei a verdadeiros mitos! Quase não parece real, verdadeiramente humano! Um sábio será dizer pouco, um iluminado será fugir à sua essência, um lutador será negar à sua luta a violência... no fundo, para mim, Ghandi foi um dos últimos grandes heróis da história! E a sua morte pela bala e pela fúria, só prova que para cada herói há pelo menos um vilão... Pena, que mais uma vez, a força do impulso, violência e agressão tenha vencido à paz, razão e equilíbrio! - Parabéns pelo texto querida! Adorei ler-te nesses teus traços "filosofais"! ;) Bjinho
Brown Eyes disse…
HannaH nós podemos ser o nosso próprio Gandhi. Se conseguires encontrar lê o livro dele. Vais criar em ti a esperança que precisas. Ele acreditou sempre nele, só precisas de acreditar em ti. HannaH se dependermos dos outros estamos sujeitos a que eles nos falhem, dependendo só de nós nunca sentiremos a nossa falta. Percebes HannaH? Temos que conseguir criar a nossa independência total e os ensinamentos de Gandhi ajudar-nos-ão.
Beijinhos minha Querida.
Brown Eyes disse…
Bela deviamos conseguir imita-lo mas, é impossível. Não conseguimos sacrificarmo-nos ao ponto que ele se sacrificou. Podemos aprender muito com ele, tirar ensinamentos para a nossa vida.
Beijinhos
Brown Eyes disse…
Silvia são estes os Homens, únicos, que admiro. Com uma capacidade enorme de amar. Este Homem gostava eu de conseguir imitar mas sou muito limitada para o conseguir e demasiado egoísta. Fascinaram-me as tuas palavras sobre este Grande Homem. Beijinhos minha querida.
Ginger disse…
Identifiquei-me imenso com essa tua maneira de ser... também eu sou assim.
Desta forma, concordo com 99% do que disseste... é que eu não dispenso um bom vinho. =D

ahahahah


*
Brown Eyes disse…
Ginger eu vinho não mas tabaco... a minha sorte (ahahah) é o tabaco não prejudicar as nossas capacidades mentais e, só por isso, Gandhi não o mencionou como ponto essencial para conseguir a paz. Mas que ele limita quem o utiliza limita. Que ele faz de nós pessoas imperfeitas faz. É imperfeito todo aquele que depende de algo. É um vicio e, como todos os vícios, sejam eles quais forem, demonstram a nossa capacidade de libertação, de independência. Como pode alguém ser dependente de tabaco? Há anos que ando à procura desta resposta. Eu que cultivo a independência, que luto dia a dia para não depender de nada? Logo do tabaco! Enfim…desta ainda não sabias? Como posso eu ter paz quando tenho um vício? Não sou perfeita, Ele era, pelo menos sacrificava-se para o ser. Eu não. Não é por acaso que admiro este Homem.
JOTA ENE ✔ disse…
ººº
Vim parar aqui através do "BLOGGERS PORTUGUESES" parece-me um sitio calmo e voltarei.

Tem um excelente DOMINGO!
Brown Eyes disse…
JOTA obrigada pela visita. Pretende-se que seja um cantinho calmo, que nos submeta à reflexão de situações, de vidas reais que nos ajudarão a enfrentar o dia a dia com uma perspectiva mais optimista.
Reitero os teus votos. BJS
Poetic Girl disse…
Prémio no meu blogue para ti... bjs querida
Brown Eyes disse…
Obrigada Bela pelo teu miminho. Beijinho e bom fim de Domingo.
meldevespas disse…
Um homem muito especial. Um texto muito especial.Fazes um auto-retrato da tua conduta que é muito interessante. Pareces conhecer-te muito bem, e isso é para mim, uma fonte de uma quase inveja. Sou católica, praticante, claro (se não n seria católica, seria outra coisa qualquer), e todos os dias rezo, todos os dias o faço na única certeza de ser um ser humano para quem as imperfeições à luz dos ensinamentos que tento seguir, são pedras acumuladas, enormes, cada dia mais dificeis de desviar.
Gostei muito.
Beijos Grandes
Brown Eyes disse…
Fábrica de Letras
É um óptimo projecto que permitirá não só dar a conhecer os blogs portugueses como será um incentivo para eles. Participarei sempre que me seja possível com todo o prazer.
Brown Eyes disse…
Mel tento conhecer-me, conhecer as minhas capacidades, que com a idade têm vindo a piorar (ahahahah), as físicas, os meus defeitos que são imensos e as minhas qualidades que desejava que fossem mais. Saber que se é imperfeito aproxima-nos da perfeição. Obrigada pelos teus comentários que são uma adição neste blog.

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