A Lira enrolada com os seus rebentos
Tudo que é bom acaba depressa, tudo que é bom deixa saudades e vontade de poder voltar com o tempo para trás, estas férias não foram excepção.
A primeira semana foi passada na calma do campo. Dois dos meus amores resolveram brindar-me com lindas e felpudas surpresas. A Loirinha, arraçada de Spaniel Bretão, teve quatro amorezinhos e a Lira, a dálmata, deu à luz dez belos exemplares, sobreviveram cinco. Mas, há sempre um senão, o Picasso, que é muito responsável pelo espaço que guarda, em plena actividade, teve um pequeno acidente, pequeno mas que trouxe aos donos grandes preocupações e despesas. Está recuperado e mais activo que nunca.
Praia la Espasa, Colunga, Asturias
Praia das Catedrais, Ribadeo, Lugo, Galiza
Praia Arealonga, Barreiros, Lugo, Galiza
Os restantes dias foram passados em viagem, em digressão pelas praias espanholas, Astúrias e Galiza, onde o verde se liga à areia da praia, onde se encontram temperaturas amenas, águas limpas, transparentes e quentes e onde a segurança nos invade.
As noites foram todas passadas à beira mar mas os dias, esses, só quatro foram passados entre o azul do mar. Houve tempo para longos passeios de bicicleta, a pé, para a leitura (Viagens Submersas de Rui de Sousa), para uma visita à segunda-feira de antiguidades, em Burela, para dançar numa festa popular, em S. Bartolo e para percorrer, como o caracol, de casa às costas, a costa do mar Cantábrico, de Santander a Ribadeo.
Depois, depois foi o regresso, cheio de revolta, com uma vontade louca de voltar à pré-história, altura em que se vivia entre a natureza e se pensava apenas na sobrevivência. A única obrigação era ter o estômago cheio, esta era a única necessidade, habitava-se numa caverna qualquer, utilizavam-se todos os recursos naturais que se encontravam e... era suficiente. Hoje temos necessidades vastíssimas, de limpeza, alimentação, habitação, apresentação, deslocação, educação, and so on..... Quais as vantagens?
Depois, depois foi o regresso, cheio de revolta, com uma vontade louca de voltar à pré-história, altura em que se vivia entre a natureza e se pensava apenas na sobrevivência. A única obrigação era ter o estômago cheio, esta era a única necessidade, habitava-se numa caverna qualquer, utilizavam-se todos os recursos naturais que se encontravam e... era suficiente. Hoje temos necessidades vastíssimas, de limpeza, alimentação, habitação, apresentação, deslocação, educação, and so on..... Quais as vantagens?
Nenhuma. Apenas nos aprisionaram e nos roubam a felicidade. Trabalhamos dia e noite e não podemos ter o prazer de querer. Eu queria não ter voltado, queria esquecer todas as obrigações, queria poder gozar todos os benefícios que a natureza me dá sem tempo, sem tempo para dormir, sem tempo para comer, sem tempo para conversar, sem tempo para tomar café. Resumindo, com tempo para viver. Queria tudo isto mas não queria perder a independência e, esta, hoje, só o trabalho ma pode dar. Por conseguinte, lá vim eu, de orelha baixa, triste como a noite, sonhando já com as férias do ano que vem. Esta é a vida que temos mas não a que pedimos. Ninguém teria pedido ser escravo de uma sociedade manipuladora onde até os nossos sonhos nos são impostos, impostos por uma máquina tão bem montada que até imaginamos que os sonhamos nós. Que adianta saber tudo isto? Nada. Quem não trilha este caminho é dado como louco e claro se a vida já é difícil para um “são”imaginem para um “dito louco”, ela torna-se impossível. Por tudo isto o melhor mesmo é continuar ligada à engrenagem, fingir que aceito o chip que me oferecem com as imposições pré programadas e, nas horas livres, fora do horário laboral, viver os meus sonhos, aqueles que eu mesma delineei, mesmo que tenha horas contadas nunca deixarei que mos alterem e, até ao ano que vem, será assim que passarei os meus dias.
Brown Eyes
Comentários
Não imaginas o quanto concordo com isto... é que não imaginas! Ou se calhar até imaginas... ;)
Pareceram-me umas excelentes férias! Sim senhora. =p
Para o ano há mais... estupidamente, trabalha-se para estes diazinhos um ano inteiro. A vida é mesmo grrrrrrr. :s
Kiss e bem-vinda*
Estou a ver que as férias foram em pleno...
Por a realidade ser menos apetecível continuo, continuamos, até hoje a delirar com fadas e gnomos. Inventam tanta porcaria porque será que nunca transformaram este mundo num mundo fantástico onde os maus são sempre punidos e os bons acabam felizes? Adivinha?
BJS
Ginger
Ai se imagino!
As férias foram óptimas, sempre curtas, planeiam-se 1001 coisas e acaba-se por se fazer 1 (exagerada que eu sou) mas o que se faz faz-se com gosto e acaba por ter o sabor das 1000. Só as companhias que temos 24h/dia valem por tudo, não é? Beijinhos
Bela
Os pequenitos são um mimo. Pareço uma mãe galinha mas que são lindos são. Quando vim já tinham os olhitos abertos e estavam tão gorditos. As mães trataram bem deles.
Paulo
Custa tanto voltar. Espanha é mesmo outro mundo, então aquele norte! Enfim...há que continuar e acabar com lamentos porque não levam a lado nenhum e nós temos tantas batalhas difíceis para vencer. Vamos lá pegar na espada :) BJS
E quanto ao resto, o chip e tal e coise...oh mulher como te entendo, se passo 90% do meu tempo a "actuar". Pena é que os sonhos nunca cabem nos 10% que sobram. enfim...é aproveitar os bocadinhos até ao limite, em férias ou em casa, ou onde se puder fazê-lo.
Bom regresso ao "cá se vai andando"
Beijinho