Meditando sobre ela atingiu-me a dúvida sobre a origem da sua vida exterior, da sua ascendência. Um dia, após análise ponderadamente exaustiva, não encontrou um elo de ligação hereditário com os seus antepassados. Nenhuma influência, nenhuma comparação, nenhuma herança material ou espiritual. A sua alma meditava reflectidamente no ser, na vida, no objectivo da existência. A deles, perdia-se constantemente, na aparência do poder e do ter.
Para Ela o querer era poder e ela queria, queria mostrar a possibilidade de conseguir querendo, queria que o seu "EU" brilhasse com luz própria.
Para eles o poder estava nos outros a quem deviam obedecer sem vontade, sem opinião, com sujeição e submissão tendo, somente, como objectivo o aspecto exterior do ser.
O antagonismo, entre eles, crescia à medida que ela se tornava mulher. Não queria viver presa a ideias preconcebidas, tinha uma enorme sede de liberdade de pensamento. Não aprendeu a pensar como eles, em ajuntamento. O pensamento é exclusivo, singular, único e individual.
O certo, o exacto é tudo aquilo que segue uma regra. A regra não é crescer como os outros mas sim crescer sem espezinhar, esmagar, triturar, magoar, ofender, subjugar. A sua importância, o seu valor, não está na sua superioridade, não há seres superiores, mas sim na sua diferença. O seu orgulho esteasse na acção segundo valores, em que acredita e que são, para ela, o perfume da vida. Orgulha-se de nunca os esquecer, mesmo naqueles momentos que a encostaram à parede, nos momentos de autodefesa. Inveja, ciúme, ganância, avidez, nunca sentiu porque, na sua vida, os objectivos não são iguais aos teus.
Atingirá a meta por mais calhaus que encontre e por mais que lhe digas que perdeu porque, para ela, perder não tem o mesmo significado que para ti.
Enfim...Ela só quer ser Ela. Poderá?
Brown Eyes
Brown Eyes
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