Há vidas tão parecidas, quantas vezes me fizeste lembrar a minha! Só, mas não perdido, vivi esperando ser amado, admirado, confiando encontrar os meus procriadores, que tive anos a meu lado, sem os sentir. Quando a desigualdade, no trato da criação, é tão notória a dúvida invade-nos. Será que, apesar de ter brotado da mesma árvore, aparentemente, houve enxerto? Porque será que, só para mim, eras sombria? Para o outro lado reflectias a luz. Tinha as raízes bem fundas, daí ter conseguido, sempre, manter-me erguido apesar das machadadas penetrantes. Com alguma dificuldade, confesso, consegui ir arrancando o machado. As cicatrizes perduram, ténues mas subsistem. Quantas vezes me deparei num cruzamento, sem saber qual a via que me levaria à posteridade idealizada? Como se não bastasse ainda me embutias o abismo, não me deixavas pensar com aquele burburinho ensurdecedoramente crítico. Parece até que te doía veres-me singrar. Devaneava pensando que sendo um ramo teu te orgulhavas de mim, ...
Ao lerem este blogue, por mais real que pareça tudo o que aqui será publicado, não o imaginem vivido por mim. É uma vida de alguém ou de muitos. Alegrias e sofrimentos que têm apenas intenção de provocar reflexão.